O menisco discoide é um alteração anatômica no joelho caracterizada por uma alteração do formato do menisco. Essa condição pode resultar em dor, inchaço e estalos. Muitas vezes os sintomas iniciam-se durante a infância e adolescência. Vale ressaltar que muitas pessoas não tem sintomas e nessa situação nenhum tratamento é necessário.
Os meniscos saudáveis têm a forma da letra “C”. Um menisco discoide é mais espesso que o normal e frequentemente ovalado ou em forma de disco. Sendo assim é mais comumente lesionado do que um menisco de formato normal.
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Causas e Sintomas
O menisco discoide é uma condição congênita, o que significa que está presente desde o nascimento. A causa exata não é totalmente clara, mas acredita-se que resulte de anomalias durante o desenvolvimento fetal do menisco.
Os sintomas podem variar, mas frequentemente incluem:
- Dor no Joelho: Especialmente durante atividades físicas.
- Inchaço: Pode ocorrer após atividades mais vigorosas.
- Estalos: Sensação de estalos, principalmente relacionado a movimentos rotacionais.
- Bloqueio do Joelho: Em casos graves, o joelho pode “travar”, impedindo a mobilidade normal.
Diagnóstico
- Histórico Médico: A suspeita diagnóstica vem inicialmente pela queixa de dor e estalos localizados na região lateral do joelho, podendo ou não estar relacionada a um evento traumático.
- Exame físico: através de manobras especiais o ortopedista especialista em joelho consegue identificar alterações no menisco
- Ressonância magnética: exame padrão ouro para confirmar e identificar qual o tipo de menisco discóide e se há lesão associada ou não.
Tipos de Menisco Discoide: Classificação de Watanabe
A classificação de Watanabe é amplamente utilizada para classificar os diferentes tipos de menisco discoide com base em suas características anatômicas. Segundo Watanabe, existem três tipos principais de menisco discoide:
- Completo: O menisco cobre completamente o platô tibial lateral.
- Incompleto: O menisco cobre parcialmente o platô tibial lateral.
- Wrisberg: Uma variação onde o menisco não possui inserções ligamentares normais, frequentemente levando a instabilidade – menisco hipermóvel.
Tratamentos
O tratamento para menisco discoide depende principalmente dos sintomas. Muitos não sentem nada e nunca vão nem mesmo fazer o diagnóstico. Sintomas leves podemos iniciar com:
- Fisioterapia: Para fortalecer os músculos ao redor do joelho e melhorar a estabilidade.
- Analgésicos e Anti-inflamatórios: Para controlar a dor e o inchaço.
Em pacientes que falharam com o tratamento conservador ou apresentam sintomas mais intensos:
- Remodelação (saucerização): Remoção da parte anormal do menisco.
- Meniscectomia: ressecção da parte lesionada do menisco, quando presente.
- Sutura do Menisco: Tentativa de reparar a lesão e preservar o menisco.
Tratamento de Menisco Discóide – Tabela
Opção de Tratamento | Indicação | Benefícios | Desvantagens |
---|---|---|---|
Fisioterapia | Sintomas leves | Melhora a estabilidade | Pode não ser suficiente para casos graves |
Analgésicos/Anti-inflamatórios | Sintomas leves a moderados | Controle da dor e inchaço | Efeitos colaterais a longo prazo |
Meniscectomia Parcial | Sintomas graves ou bloqueio | Alívio imediato dos sintomas | Risco de osteoartrite |
Reparação do Menisco | Sintomas graves, preservação | Preserva a função do menisco | Recuperação prolongada |
Conclusão
O menisco discóide é uma alteração anatômica onde existe uma mudança no formato do menisco, ao invés de ser no formato da letra “C” ele ficar mais ovalado, dessa forma é possível que cause sintomas e disfunção no joelho. Quando existe sintomas um especialista em joelho deve ser consultado para avaliar e fazer um plano personalizado de tratamento.
Perguntas:
1. Qual é a faixa etária mais comum para o diagnóstico de menisco discoide?
Normalmente o diagnóstico é feito ainda quando criança ou adolescente, todavia pode ser realizado em qualquer idade. Os sintomas costumam se manifestar após atividades esportivas, onde há dor, estalos e inchaço.
2. Quais são os riscos associados à meniscectomia parcial em longo prazo?
A falta dos meniscos pode resultar em:
- Desenvolvimento de Artrose precoce: a remoção parcial ou total do menisco pode aumentar a sobrecarga articular e causar um desgaste mais rápido do que o esperado quando comparado ao envelhecimento natural.
- Redução da Estabilidade do Joelho: os meniscos tem função de estabilização secundária do joelho, trabalham junto aos ligamentos para evitar movimentos excessivos.
- Diminuição da Absorção de Impacto: por ser considerado amortecedor dos joelhos, sua falta resulta em aumento do impacto articular.
- Necessidade de Cirurgias Futuras: Pacientes que passam por uma meniscectomia parcial podem necessitar de procedimentos adicionais no futuro devido a complicações ou progressão do desgaste articular.
3. Como a fisioterapia pode ajudar a melhorar a estabilidade do joelho em pacientes com menisco discoide?
A fisioterapia pode ajudar a melhorar a estabilidade do joelho em pacientes com menisco discoide através de várias abordagens:
- Fortalecimento Muscular: Exercícios específicos para fortalecer os músculos ao redor do joelho, especialmente os quadríceps e isquiotibiais, ajudam a estabilizar a articulação e suportar melhor o menisco.
- Treinamento Proprioceptivo: Atividades que melhoram a propriocepção, ou a percepção do posicionamento do joelho no espaço, ajudam a aumentar a coordenação e a estabilidade, reduzindo o risco de lesões.
- Alongamento: Técnicas de alongamento adequadas para manter a flexibilidade dos músculos ao redor do joelho, evitando tensões excessivas que podem contribuir para a instabilidade.
- Modificação de Atividades: Instruções sobre como realizar atividades diárias e esportivas de maneira que minimizem o estresse no joelho, ajudando a prevenir agravos ao menisco.
- Terapias Manuais: Intervenções manuais para melhorar a mobilidade articular e aliviar a dor, contribuindo para uma melhor função geral do joelho.