Dr Thiago Protta é ortopedista especialista em ortopedia esportiva, pé e joelho. Atua no bairro de Moema em São Paulo. Objetivo desse texto é explicar o que é Neuroma de Morton, quadro clínico e tratamentos. Condição muito prevalente na população.
Principais causas de dor no pé
O pé é frequentemente afetado por diversas doenças, além do neuroma de Morton:
- esporão,
- fascite plantar,
- tendinite
- torções,
- metatarsalgia
- fraturas
Neuroma de Morton o que é:
O Neuroma de Morton é uma nevralgia (inflamação do nervo) que afeta a região anterior dos pés e pode causar dor, queimação, formigamento e sensação de choque. Na maioria das vezes essa dor localiza-se entre o terceiro e quarto metatarso mas pode estar localizado em outras regiões. O neuroma é causado pela compressão crônica do nervo, resultando em inflamação e aumento do seu tamanho. Pode impactar diretamente a qualidade de vida.
Quadro Clínico neuroma no pé
O neuroma no pé pode aparecer tanto como uma dor aguda e intensa ou mesmo de forma progressiva ao decorrer de meses. As principais queixas são dor na região da frente do pé com irradiação para os dedos, muitas vezes acompanhada de queimação, formigamento e choque.
Os sintomas do neuroma de Morton podem ser agravados após caminhadas, corridas ou passar horas em pé. Além disso sapatos pouco acolchoados como sapatilhas, chinelos e rasteirinhas também facilitam o paciente a ter dor. Calçados apertados levam a uma compressão do neuroma de resultam em dor.
Prevalência Neuroma de Morton
O Neuroma de Morton é aproximadamente 4-8 vezes mais frequente em mulheres do que em homens e a idade varia entre 30 e 60 anos, eventualmente pode atingir outras idades.
Alguns estudos afirmam que aproximadamente 30% das mulheres tem Neuroma de Morton, todavia a grande maioria é assintomática.
Diagnóstico Neuroma de Morton
O diagnóstico de Neuroma de Morton é fácil bastando apenas a correlação entre história clínica e exame físico. Um ortopedista experiente consegue através de um teste especial “Sinal de Mulder” sentir a presença do neuroma. Nessa manobra ele coloca o polegar entre os metatarsos e com a outra mão faz a compressão lateral do pé, sentindo o “nervo dar um pulo” e o paciente tem a sensação do choque e dor.
Em casos duvidosos ou para o planejamento cirúrgico exames de imagem são necessários, sendo eles o ultrassom ou a ressonância magnética.
Neuroma de Morton tratamento
O tratamento é baseado na intensidade dos sintomas. Na maioria das vezes o tratamento do Neuroma de Morton inclui adequação dos calçados, uso de palmilhas específicas, evitar atividades que causem maior sobrecarga e impacto no pé, controle do sobrepeso e evitar ficar em pé por períodos prolongados.
O gelo muitas vezes ajuda no alívio dos sintomas, bem como uso de anti-inflamatórios. Em casos refratários a essas medidas o ortopedista pode recorrer a infiltração no local. Uma outra opção é a terapia por ondas de choque (diferente do “choquinho” da fisioterapia), esse tratamento é realizado por médico e utiliza de um aparelho com ar comprimido que gera estímulos locais causando uma resposta regenerativa.
A cirurgia é reservada para quando as medidas anteriores não tiveram sucesso. Através de uma incisão que pode ser pela região plantar ou pelo dorso do pé o ortopedista identifica o neuroma e faz a sua ressecção, um procedimento relativamente simples para um ortopedista experiente. Como efeito colateral da cirurgia é frequente a sensação de dormência na região inervada pelos nervos removidos, normalmente o paciente se adapta a essa condição sem maiores dificuldades.
Resumindo
O Neuroma de Morton é uma condição dolorosa que pode impactar profundamente a qualidade de vida dos pacientes, especialmente as mulheres. O tratamento é composto de mudanças nos hábitos e medidas para melhorar a dor. Muitas vezes a fisioterapia e outras medidas médicas são necessárias, com altas taxas de sucesso. Na eventualidade da persistência da dor a cirurgia é uma boa opção.
O mais importante é um diagnóstico preciso e correto por um ortopedista para personalizar o seu tratamento.
Agenda sua consulta.
Perguntas e repostas
1. O que é o Neuroma de Morton?
Resposta: O Neuroma de Morton é uma condição dolorosa que afeta o nervo localizado entre os ossos chamados metatarsos, geralmente entre o terceiro e o quarto. É causado pelo espessamento do tecido ao redor do nervo, resultando em dor, queimação e desconforto do antepé e dedos.
2. Quais são os sintomas do Neuroma de Morton?
Resposta: Os sintomas incluem dor aguda ou crônica, sensação de queimação queimação na região anterior do pé, sensação de nódulo, formigamento ou dormência nos dedos afetados. Normalmente a dor piora ao usar calcados apertados, como salto de bico fino, realizar caminhadas ou ficar bastante tempo em pé.
3. O que causa o Neuroma de Morton?
Resposta: As causas incluem uso de sapatos apertados ou de salto alto que comprimem os dedos, atividades que sobrecarregam os pés, como corrida ou esportes de impacto, deformidades do pé como arcos altos ou pés chatos, e lesões ou traumas repetitivos nos pés.
4. Quais são os tratamentos para o Neuroma de Morton?
Resposta: Os tratamentos variam de conservadores a cirúrgicos e incluem:
- Calçados adequados: Usar sapatos confortáveis com espaço suficiente para os dedos.
- Órteses: Uso de palmilhas ou suportes para reduzir a pressão sobre o nervo.
- Medicamentos: Anti-inflamatórios e analgésicos para aliviar a dor.
- Injeções: Corticosteroides para reduzir a inflamação.
- Fisioterapia: Exercícios e técnicas para aliviar a pressão e melhorar a biomecânica dos pés.
- Cirurgia: Em casos graves, a remoção do neuroma pode ser necessária.
5. Neuroma de Morton tem cura?
Resposta: Sim, o Neuroma de Morton tem cura. Muitos pacientes encontram alívio significativo com tratamentos conservadores, como mudanças no calçado e fisioterapia. Em casos mais severos, onde os tratamentos não invasivos não são eficazes, a cirurgia pode ser uma opção eficaz para remover o neuroma e resolver os sintomas permanentemente. É importante consultar um ortopedista para um diagnóstico preciso e um plano de tratamento adequado.
Referências bibliográficas